sexta-feira, 26 de junho de 2015

A guerra cotidiana

Explosões. Tiros. Gritos abafados. Corações oprimidos batem lentamente, quase parando. Almas vazias me rodeiam, levando de mim o pouco de esperança que me restara. Urros de desespero são frequentes perante as perdas diárias. Conversas ficam sempre pra outra hora, afinal, há sempre algo mais importante a se fazer em um lugar como este em que as pessoas estão tentando sobreviver e se destacar. Muitas das vezes nem se importam com os meios, aqui, o que importa mesmo são os fins, status, aparência e poder.

A noite guarda segredos envoltos em seu denso negrume.
O sangue jorra demasiado.
As drogas são uma espécie de artifício mágico.
As verdades estão implícitas e as mentiras mais do que vivas.
Hipocrisia, sorrisos rasos e mentes impuras.
Todos tão iguais que deveriam ao menos estar do mesmo lado.
Aparentemente, o bem individual, é uma causa melhor.

Quem nos trouxe o inferno de presente?

Tudo que eu recebo como resposta
é o som do alarme
indicando mais um dia
mais um dia de embate latente.