domingo, 29 de março de 2015

Amor não é isso

E desmoronei com a minha saudade remoida e dolorida, você não verá, mas estarei atrás de você em todos os corpos que há vida, me perdendo e morrendo nos fins de todo amor que não é o teu.
Você não verá, mas estarei a cada dia mais ressecada porque não posso mais com as poesias dos fins.

Você foi o meu fim

E eu, assistirei Closer, chorando e questionando
"Porque o amor nunca é o suficiente?"
(...)
Mas...
Mas...
Amor não é isso.
Talvez eu não ame você.

terça-feira, 24 de março de 2015

Desassossego

era uma menina engraçada
por ela
era a cebola
que chorava
eu sou parecida
com essa menina
sempre caímos bem
no nosso jeito, assim
até que ela caiu pra fora
e eu
pra dentro de mim

- Á Beatriz meu amor, com saudade.

domingo, 22 de março de 2015

Garota interrompida


Mas sei muito bem como é querer morrer..
Ter de levantar todos os dias e encarar diretamente a vida...
Aquelas caixas de Prozac jogadas pelos cantos...
Aquelas mesmas que mantém em mim a lucidez
Sei bem como machuca sorrir...
E como é doloroso quando você tenta se encaixar mas não consegue..
Quando você se fere por fora pra tentar matar a coisa lá dentro.

domingo, 15 de março de 2015

o prazer

Eu abro minhas pernas

porque a cabeça está vazia.
porque eu sou meio vadia. 
completamente, eu diria.
eu abro as minhas pernas
porque o baú não tem segredos
e que se fodam os medos
e que me fodam os homens
todos, alguns, poucos
e que me deixem louca
e que me beijem a boca
como bichos
como nunca antes vistos
eu abro as minhas pernas
e fecho os livros
e quebro os discos
e rasgo os sonetos
eu abro as minhas pernas
tensas, tímidas, vorazes
indisciplinadas e vítimas
de uma sociedade que me julga
"puta suja, puta burra"
eu abro as minhas pernas
o meu peito
o meu jeito
e se você me rejeita, eu rio
porque existe um mar silencioso de prazer entre as minhas pernas
e eu não preciso de você
pra isso. 

ninguém merece

Meu desajeito é tão evidente.

Eu sou fora de cogitação,
minha mudança de humor é contante,
esse seu verão eterno acaba comigo,
eu sou inverno até a alma e então,
repentinamente,
tudo é primavera
e depois que as flores caem
eu fico inverno outra vez. 

A solidão é um lugar,
é meu lugar,
e eu não recebo visitas.

Ps: Se o mundo fosse maior, ainda assim eu não caberia.
Eu sou tão grande que só me encaixo nas ausências. 

quinta-feira, 12 de março de 2015

canecas e chás

Comecei a escrever pela quantidade de coisas inacabadas.
No papel, eu dou ponto e pronto.

Dei fim á saudade, dor, dúvida e dividir alegrias.
Eu fico pensando em ir embora,
mudar o cabelo, de gostos e de nome.

Já pensou se esqueço quem nunca lembrou de mim?

Vou ter finalmente paciência pra ouvir oque não me interessa.
Eu não vou me matar,
mas posso morrer de tédio.

Recomeçar é uma palavra linda,
e eu,
já tive tantos fins.

Ir embora exige bastante coragem
e eu tenho medo de solta á mão de alguém.
Eu posso voltar, sim eu sei.
Mas posso não saber pedir abrigo,
eu nunca fui boa com cobranças.

Sobraram-se poucas canecas
e muito chá.
Já passa das seis,
e eu já sei que não vem mais ninguém.

Este ano,
os dias serão mais longos
e as noites serão mais curtas.

Algo me diz que a saudade vai aumentar
e que o reencontro será doloroso.


quinta-feira, 5 de março de 2015

Luz no fim do túnel

E não havia mais olhos nos olhos
e nem tampouco meus lábios nos teus
havia apenas escuridão adoçada
á infinitos pensamentos meus

Foi uma palavra de adeus
que me trouxe até aqui
naquela curva que falastes
o amor ficou e se perdeu

E sabe minha querida

agora posso te dizer

não existe luz no fim do túnel

apenas o eco do adeus.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Um comunista nasceu vendendo balas no bar.

Sem saber contar a grana que a mãe precisava, aos nove anos me disse que gostava de português, se eu o encontrar aos dezesseis vai dizer que não gosta de burguês.
Me deu cinco centavos de presente, colocou a minha frente a esperança numa moeda.
Saiu andando, segundo seu plano de evolução: eu guardei a moeda como um sinal, de sorte social.
Eu espero que ele se lembre, que eu disse à ele pra estudar história, amar ciência, saber que ele é um deus....
Espero que ele sempre divida oque ganhar, que ele não se esqueça de se manter sorrindo e desconfiando quando preciso.
Tenho-o agora como um ente querido,
Emancipado,
Da minha familia de alma correndo atrás do mesmo que eu:
Liberdade pra viver em paz.

domingo, 1 de março de 2015

Quero me bordar em você

Escrevo-te mais uma vez aos prantos.

As lágrimas quentes entram em contato com o frio que vem da janela, 
espalhando pelo quarto aquele cheiro de choro de amor
que só os que sofrem sabem como é.

Ah, eu sinto que estou esgotada,
mas mesmo assim insisto em continuar de pé.

O vento está congelante, 
mas não quero colocar um casaco. 

Queria que os braços dela fossem meu cachecol…

 Eu passaria frio....
Ela nunca seria totalmente minha.