domingo, 4 de setembro de 2016

Nota sobre ela - Leave me like you found me



gosto da forma como sorri depois de cada trago e da forma como teus joelhos balançam quando está nervosa. andei lendo umas páginas daquele livro que você adora e montei uma playlist com todas as musicas que me fazem lembrar você.
é engraçada essa minha mania de tentar te trazer pros meus dias frios e aquecer o meu coração. você sempre foi muito mais fria que qualquer record de inverno. mas mesmo assim eu tento. deixo o coração saltar do peito quando te olha, deixo o estômago revirar quando te ouve, deixo metade de metade de mim te acompanhar quando vai embora...
... e já faz tempo que estou partido. 
 por favor, volta.

Notas sobre ela - I Have a Crush On You

Eu poderia passar dias e dias olhando a imensidão dos teus olhos castanhos, que não são azuis para não competir com a imensidão do céu. Eu poderia, certamente, ficar encostada em tua boca, alma com alma, dois corpos juntos com um só propósito: amar.

É como se eu estivesse vendo o céu pela primeira vez; as estrelas são seus abraços, as constelações seus beijos e você, sem duvida, é a galáxia da qual eu mais gosto.

Talvez por isso eu veja brilho em tudo o que você faz.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Longe de casa

Eu estou muito longe de casa. Talvez nem tão longe assim. Mas não estou em casa.
Estou sentada nesse banco, nesse terminal, no mesmo ponto.
Estou sentada nesse banco á horas.

Não consigo sair desse banco, já chequei o celular 12 vezes no último minuto.
Não consigo me mexer, não consigo mexer as pernas, o que estou pensando?
Não consigo sair desse banco, estou pensando, não consigo parar de pensar, o que estou pensando?
Já chequei 30 vezes o celular nos últimos 2 minutos e 10 segundos.
Ele está sem bateria!

Não consigo parar de pensar, não sei o que estou pensando.
Não consigo sair desse banco, eu tenho frio, estou congelando.
Minhas pernas não se mexem, minha cabeça gira, meu corpo dói, mas não consigo sair desse banco.
Levantei pra tomar água, consegui sair do banco, já bebi 8 copos d'água nos últimos cinco minutos.
Não sei o que estou pensando. Estou  pensando. Estou pensando demais.

Cá estou eu novamente, sentada no banco.
Não consigo sair desse banco, chequei o celular 10 vezes no último minuto.
O que estou pensando?
Estou respirando. Estou respirando? Estou pirando.

Não consigo para de pensar, não consigo sair desse banco, não consigo parar de olhar o celular, o que estou esperando?
Estou respirando. O que estou pensando?
Respirando, respirando, respirando.
Não consigo sair desse banco. Estou congelando.

- A mania/ansiedade posterior a depressão.

domingo, 3 de abril de 2016

aos homens que amei

Eu aceitei tuas migalhas, tão esporádicas. Me sentia cada vez mais insegura, cada dia mais propriedade tua e menos dona de mim. Eu nunca consegui verbalizar as minhas opiniões e sempre tive de engolir tudo que sentia, pra não te incomodar, pra não te irritar.

Eu o coloquei num pedestal tão alto e tão longe de mim. 

Eu ri, sem achar a menor graça, das tuas piadas machistas/racistas, por medo do que você poderia dizer. Eu me calei todas as vezes que você feriu meus sentimentos por ser tão dependente emocionalmente de alguém que só sabia me fazer mal. 

Eu tentei emagrecer pra você gosta de mim, porque você mesmo tão descontruido, sempre gostou das minas padrão. Eu acreditei que você realmente pudesse gostar de mim. Quando na verdade não gostava. Você só queria alguém pra exibir pros seus amigos, um status a mais na sua vida cheia de privilégios. 
Eu queria ter tido voz mais cedo. 

Eu gostaria de ter respondido quando você me feriu, ter defendido minhas ideologias e ter te dito o quão egoista você é. O quão estupido você é por pensar que pode tratar mulheres como objeto e manipula-las como bem entender. 

E hoje eu peço desculpas.
Desculpas  a mim mesma por ter aceitado tão pouco. 
Por ter aceitado alguém como você. 

domingo, 20 de março de 2016

ME.

O corpo é uma máquina.
Força. Calor. Aceleração. Velocidade. Intensidade. Fluídos.
A todo vapor, minhas mãos persistem seguindo por tuas pernas caminhando para o meio delas.
Buscando afogar toda a tua excitação numa ação desesperada.
Minha boca só quer um pouco de você, do seu gosto.
Gosto se sente de várias formas, ao passar a língua pelo seu pescoço, seios, barriga, parte interna das tuas coxas....
O calor nos dá aquela falsa ilusão que nossos corpos podem se misturar e deveriam, mas não seria o suficiente para satisfazer as necessidades crescentes.
Quero rasgar sua timidez, ouvir um "não para" desesperado e espero que puxe meu cabelo como medida de emergência.
Buscando fôlego onde não tem, agarrando-se em pensamentos rápidos e gozando de atitudes espontâneas. 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

dissonância

as maiores dores da vida
são agudas
já as menores
quase despercebidas
ficam miúdas
e nessa ordem absurda
palavras sutis
entram em discórdia
ficando mudas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Marina

Moça da boca carnuda, dos seios fartos e do corpo delineado escondido por camisas largas. Dos cabelos cacheados, dos olhos negros e do coração farto. Me diz qual é o tom desse castanho desse teus olhos pra eu poder te desenhar em meus sonhos. Sorriso branco e esparso quase sempre acompanhado de uma boa MPB. Não sei bem sua procedência, só pude conhecer o endereço dos teus cigarros. Quando a vi pela primeira vez sua voz exibia melancolia, uma melancolia que todo boteco feito de bêbados sujos precisava. Aprendi logo, na terceira vez, que pra conhecer tua historia eram preciso apenas de alguns tragos acompanhados.
Sua voz embala uma MPB de voz suave e as vezes um pouco rouca e seus olhos quase sempre se desmancham ao som desse folhetim barato. Os seus olhos me revelavam o que sua boca só dizia em melodia. Largada, sofrida, coração partido em milhares de pedaços e pisados, alma craquelada e sorrisos curtos. Sorrisos vazios. Sorrisos que lhe faltavam. Mais um trago pra segurar o que havia preso na garganta. Mais um paladar que apenas te experimentou. Mais uma boca que te tocou mas nunca se entregou. Outro coração quebrado, outro cigarro, mais uma canção e a esperança da continuação de uma velha nova história. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Não existem mais paredes ao meu redor, meus pés andam soltos por ai em busca do que tem a capacidade de renascer das ruínas e clamar pelo paladar fresco de um primeiro amor. Sou uma jovem mulher, do corpo perfeito, torneado pelos palcos da vida, marginalizada nas coisas em que te encontrei. Me julgo ser de fato uma auto-aprendiz de feições delicadas e alma voraz, indomável, corajosa e cruel.
Talvez, seja por isso que hoje ando pelas ruas da minha cidade, recitando meus versos, arrastando meus avessos, arrancando olhos, completando a minha coleção. Minha sanidade? Vou me livrando dela a cada esquina, botequim, copo sujo, a cada palavra cuspida, a cada refrão. Afinal, de que me valeria amar tanto se nela fizesse meu descanso? Quero gritar, explodir teu tímpano com minhas obscenidades e indecências pagãs. Gemer alto ao te ter nos meus braços, deliciosamente te engolindo, no massagear dos corpos, acordar o vizinho simpático de cara amassada e pijama xadrez.
Vou em busca da liberdade de espirito mesmo sabendo que esta só a morte me trará. Faço da minha estrada um jardim de flores de gelo que derretem e escoam pelas bocas de lobo das avenidas no centro da capital.
E assim apesar da minha condição limitada de ser o que sou, um ser humano inócuo e medíocre, de amor imprestável, pelo ou menos imprestável para ti, de palavras vãs e impermeáveis, eu tenho os meus sonhos, vou andando pelas ruas, a pé ou de bicicleta, descarrego meu coração nas lixeiras  pelo caminho, vou parando de respirar, meus olhos fundos de tanta cachaça, o cigarro no canto da boca simulando um sorisso inexistente, meus pés sujos e descalços de tanta ilusão, minha alma devastada e corrompida pelo futebol das quarta-feiras fatidicas, pelo beijo sussurrado no celular nas madrugadas de quinta, pela sorveteria da esquina, por tantas chamadas não atendidas, pelo teu medo ou falta de coragem de me amar, pela minha alma apaixonada e entregue de bandeja.
E eu, quero fabricar o ar, ser uma nuvem timida a vagar no alto do mundo no céu azul. Avistar teus olhos castanhos, teus gestos, teus atos e descansar. Não fale nada, eu quero apenas que me escute. Quero que escute o meu amor.

O amor meus caros amigos, sem sombra de duvida, é a atmosfera mais propicia a cena perfeita do beijo que declara sua existencia, sua depedida e a sua morte! Eu posso parecer maluca, mas eu quero apenas que me escute. Eu preciso que escute o meu amor. Eu quero fabricar o calor do Sol, esquentar tuas costas, tuas palmas, teu corpo cansado. Eu quero te ter, todos os dias sob meus lençóis. Será que teus principios de vida te impedirão de entender que não há o que perder? Eu quero apenas que me escute.